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ARTIGO ESPECIAL: Características da Ovinocultura no Pampa Gaúcho 1o55h

Ovinos em fazenda do interior do Município de Lavras do Sul (2009) – Imagem meramente ilustrativa 495qu

A ovinocultura no Pampa Gaúcho possui grande relevância histórica, econômica e social, estando intrinsecamente ligada à formação da identidade da região. A atividade, que remonta ao século XVII com a introdução dos primeiros rebanhos pelos padres jesuítas, consolidou-se como uma importante fonte de renda para muitas famílias, especialmente os pecuaristas familiares.

Características da Ovinocultura no Pampa:

  • Extensivismo: A criação de ovinos no Pampa Gaúcho é predominantemente extensiva, baseada no aproveitamento das pastagens nativas do bioma. Essa característica confere aos produtos ovinos um diferencial de sustentabilidade, com animais criados de forma natural e em harmonia com o ambiente.
  • Raças: Diversas raças ovinas são criadas no Pampa, com destaque para aquelas que se adaptam bem às condições climáticas e de campo da região. Entre elas, podemos citar a Crioula, a Corriedale e a Merino. Recentemente, a raça Dohne Merino tem ganhado espaço pela sua boa adaptação e dupla aptidão (lã e carne).
  • Importância Econômica e Social: A ovinocultura contribui significativamente para a economia do Pampa, gerando empregos e renda, especialmente nas pequenas e médias propriedades rurais. Além disso, mantém viva tradições culturais ligadas ao manejo dos rebanhos e ao artesanato da lã.
  • Produtos: A ovinocultura no Pampa Gaúcho oferece uma variedade de produtos, incluindo carne de cordeiro, lã e pele. A carne de cordeiro da região é reconhecida pela sua qualidade e sabor peculiar, resultado da alimentação natural dos animais. A lã também possui valor, sendo utilizada tanto na indústria têxtil quanto no artesanato local.

Desafios e Oportunidades:

Apesar da sua importância, a ovinocultura no Pampa Gaúcho enfrenta desafios como a necessidade de modernização das técnicas de manejo, a busca por mercados mais valorizados e a competição com outras atividades agropecuárias, como a expansão da soja.

No entanto, existem diversas oportunidades para o desenvolvimento da ovinocultura na região:

  • Valorização dos produtos locais: Há um crescente interesse por produtos com identidade regional e produzidos de forma sustentável, o que pode agregar valor à carne e à lã do Pampa.
  • Mercado da carne ovina: A demanda por carne ovina está em ascensão no Brasil, e o Pampa Gaúcho tem potencial para se consolidar como um importante polo produtor.
  • Turismo rural: A integração da ovinocultura com o turismo rural pode gerar novas fontes de renda para os produtores, valorizando a paisagem e a cultura local.
  • Aproveitamento da lã: Existe um potencial para explorar novos nichos de mercado para a lã do Pampa, tanto na indústria quanto no artesanato, inclusive com a possibilidade de exportação.

Iniciativas de Fomento

O governo do Rio Grande do Sul e diversas entidades têm implementado programas e ações para fortalecer a ovinocultura no estado, incluindo o Pampa Gaúcho.

Essas iniciativas visam melhorar a sanidade dos rebanhos, qualificar a produção, facilitar o o ao mercado e promover a agregação de valor aos produtos ovinos.

Em suma, a ovinocultura no Pampa Gaúcho é uma atividade com profundas raízes históricas e um grande potencial para o futuro, desde que sejam superados os desafios existentes e aproveitadas as oportunidades de mercado e valorização dos seus produtos.

COREDE CAMPANHA: As potencialidades da região 2b205r

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo Corede Campanha é o atraso no desenvolvimento econômico em relação a outras regiões do Estado do Rio Grande do Sul. O afastamento dos grandes centros industriais do leste gaúcho, as crises econômicas (geradoras de falta de empregos e investimentos) e a escassa vontade política para a implantação de empreendimentos e projetos foram algumas das causas de haver um atraso no desenvolvimento econômico da região, dando origem a desigualdades socioeconômicas e migrações de seus cidadãos para outras regiões (ocasionadas pelas oportunidades reduzidas de empregos).

Na atualidade, notam-se esforços de algumas entidades de reverter essa situação. Isto poderá demorar anos até que comecem a ser apresentados os primeiros sinais de recuperação, uma vez que esta situação perdura há pelo menos 50 anos (não apenas no Corede Campanha mas em toda a Metade Sul Gaúcha).

O propósito deste trabalho não é fazer uma análise profunda da situação econômica do Corede, mas sim apontar suas potencialidades e situação atual, valorizando e projetando o que os sete municípios tem de melhor.

Vocação natural desde a colonização, implantada pelos europeus de forma extensiva e elemento cultural da região, a criação agropastoril se constitui na principal atividade econômica do Corede Campanha.

Pelos extensos campos, onde a topografia, clima e solo favorecem a criação de gado de alta qualidade, estão raças bovinas como Hereford, Angus e Braford, ovinos (que fazem da região um dos principais polos em ovinocultura no país), além de búfalos e equinos.
Considerada por muitos especialistas uma das melhores carnes do mundo, a carne produzida a partir de gado criado em Bagé tem elementos de alta qualidade.
As carnes ovinas produzidas na região, como em Bagé e Lavras do Sul, são considerados produtos importantes para exportação.
As cidades do Corede realizam anualmente, no período da primavera, Expofeiras Agropecuárias, que servem de vitrine para o que cada município produz. Exemplos de expofeiras são a de Caçapava do Sul, Bagé, a Farm Show de Dom Pedrito e o Universo Pecuária (Lavras do Sul).
Arroz, soja e frutas, como figo, laranja e uva, são os principais produtos agrícolas da região. A produção de oliveiras (e de azeite de oliva), em Caçapava do Sul, se destaca nos últimos anos, como um novo e promissor elemento econômico para o futuro da região.
Outra grande potencialidade é a vitivinicultura, que começa a ganhar espaço, pelas condições especiais de produção de vinhos (o chamado, pela nomenclatura da indústria de vinhos, de paralelo 30).
Bagé, Candiota e Dom Pedrito apresentam vinícolas que são destaques regionais e nacionais no setor. Não há, no Corede Campanha, uma forte vocação industrial. A economia é
gerada principalmente nas necessidades básicas da população através de artesanato, indústria, comércio e serviços.
A mineração é uma atividade que faz parte da formação histórica e
ocupação humana da região. Atualmente desativada em grande parte, pode receber grandes empreendimentos, como a mina de fosfato de Três Estradas (Lavras do Sul), o projeto de Caçapava do Sul e junto ao Rio Camaquã, na região de Bagé. Estes projetos podem gerar de empregos e o incremento na economia e,
segundo as empresas mineradoras, estarão dentro das normas ambientais e com sustentabilidade. Porém, alguns setores da sociedade e ambientalistas contestam os mesmos, dizendo que tais empreendimentos poderiam ser uma ameaça ao meio ambiente e
que merecem um diálogo com a população.

Bagé é o principal centro comercial do Corede Campanha. Abriga grandes redes de lojas e supermercados que atraem compradores de toda a região.

A Agricultura Familiar e o artesanato são fortes atividades da região. Os produtos a base de frutas locais, como figo, pêssego, laranja e goiaba, são encontrados em todos os municípios. A produção de peças de vestuário de lã de ovelha também é bastante significativa em toda a região. A produção local gera emprego e renda para as famílias, gerando mais desenvolvimento.

A Usina Termelétrica de Candiota (em ampliação) e, mais recentemente, a possibilidade de instalação da energia eólica em Lavras do Sul nos próximos anos, são algumas das características do futuro do setor de energia na região. O turismo começa aos poucos a ser desenvolvido no Corede. Bagé, Dom Pedrito, Lavras do Sul e Caçapava do Sul são os principais centros com potencialidades que vão do turismo rural e da vitivinicultura até do turismo de eventos.